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Berlim, Alemanha. Em 30 de janeiro de 1933, o então presidente Hindenburg nomeava Adolf Hitler como chanceler. Nós, os cidadãos desta nação, estamos agora juntos num grande esforço nacional para reconstruir o nosso país e restaurar a sua promessa para todo o nosso povo. Juntos, vamos determinar o rumo do país e do mundo para os muitos e muitos anos que aí vêem.
Vamos enfrentar desafios. Vamos confrontar-nos com dificuldades. Mas vamos fazer o que temos que fazer. Contudo, a cerimónia de hoje tem um significado especial. Pois hoje não estamos simplesmente a transferir o poder de um Governo para outro, ou de um partido para outro – estamos a transferir o poder da capital e a devolvê-lo para vocês, o povo. Durante muito tempo, um pequeno grupo na capital do nosso país colheu as vantagens de governar, enquanto o povo pagou as custas. A capital floresceu – mas o povo não partilhou dessa riqueza. Os políticos prosperaram – mas os empregos foram-se embora e as fábricas fecharam. O sistema protegeu-se a si próprio, mas não protegeu os cidadãos deste país. As vitórias deles não foram as nossa vitórias, os seus triunfos não foram os nossos triunfos; e enquanto festejavam na capital, havia muito pouco para festejar nas famílias espalhadas pela nossa terra. Tudo isso vai mudar – a começar aqui e agora, porque este momento é o vosso momento; pertence a vós. Pertence a todos os que se reuniram aqui hoje e a todos os que nos estão a ver em todo o país. Este é o nosso dia. A nossa festa. Este país é o nosso país. O que realmente interessa não é o partido que controla o Governo, mas sim se o Governo é controlado pelo povo. 30 de Janeiro de 1933 será lembrado como o dia em que o povo se tornou novamente o dono desta nação. Os homens e mulheres do nosso país que foram esquecidos, não serão mais esquecidos. Agora estamos todos a ouvir-vos. Vocês vieram às dezenas de milhões para fazer parte dum movimento histórico como o mundo nunca viu. No centro deste movimento há a convicção fundamental de que uma nação existe para servir os seus cidadãos. Os cidadãos querem boas escolas para os seus filhos, bairros seguros para as suas famílias e trabalho para si próprios. São exigências justas e razoáveis de pessoas justas e dum público justo. Mas para demasiados cidadãos existe uma realidade diferente; mães e filhos encurralados na pobreza das cidades degradadas; fábricas enferrujadas espalhadas como pedras lapidares pela paisagem do nosso país; um sistema de educação cheio de dinheiro mas que deixa os nossos jovens e belos estudantes privados de conhecimento; e a delinquência, os gangs e as drogas que roubaram demasiadas vidas e roubaram o nosso país de tanto potencial por realizar. Esta carnificina nacional acaba aqui mesmo e agora mesmo. Nós somos uma única nação – e a dor dessas pessoas é a nossa dor. Os seus sonhos são os nossos sonhos e os seus sucessos o nosso sucesso. Partilhamos um coração, um lar e um destino glorioso. O juramento que faço hoje é um juramento de aliança com todos os cidadãos. Durante muitas décadas enriquecemos a indústria estrangeira às custas da indústria nacional; subsidiamos exércitos de outros países ao mesmo tempo que permitíamos a triste carência dos nossos militares; defendemos as fronteiras doutros países enquanto nos recusávamos a defender as nossas; e gastamos triliões e triliões no estrangeiro, enquanto as infra-estruturas do nosso território se estragavam e degradavam. Tornamos ricos outros países enquanto a riqueza, a força e a autoconfiança do nosso país se dissipava no horizonte. Uma a uma, as fábricas fecharam e deixaram o nosso espaço, sem um pensamento sequer sobre os milhões e milhões de trabalhadores que ficavam para trás. A riqueza da nossa classe média foi arrancada dos seus lares e redistribuída pelo mundo inteiro. Mas isso é o passado. Agora estamos a olhar para o futuro. Nós, os que estamos hoje aqui reunidos, estamos a promulgar um decreto para ser ouvido em todas as cidades, em todas as capitais estrangeiras e em todos os centros de poder. A partir de hoje, uma nova visão vai governar a nossa terra. A partir de hoje, vai ser unicamente o nosso país em primeiro lugar, o nosso país primeiro. Todas as decisões sobre comércio, impostos, imigração e negócios estrangeiros serão tomadas para beneficiar os trabalhadores nacionais e as nossas famílias. Temos de proteger as nossas fronteiras das incursões de outros países que fazem os nossos produtos, roubam as nossas empresas e destroem os nossos postos de trabalho. O proteccionismo levará a grande prosperidade e poder. Lutarei por vocês com todas as forças do meu corpo – e nunca, mas nunca, os abandonarei. O país vai voltar a ganhar, a ganhar como nunca aconteceu. Vamos trazer de volta os empregos. Vamos restabelecer as nossas fronteiras. Vamos retomar a nossa riqueza. E vamos trazer de volta os nossos sonhos. Vamos construir novas estradas, auto-estradas, pontes, aeroportos, túneis e vias férreas de ponta a ponta do nosso lindo país. Tiraremos os nossos trabalhadores do desemprego e de volta ao trabalho - reconstruindo o nosso país com mãos nossas e trabalho nacional. Seguiremos duas regras simples: compre produtos nacionais e contrate cidadãos nacionais. Procuraremos a amizade e a boa vontade de todas as nações do mundo – mas fá-lo-emos com a compreensão de que é o direito de todos os países de colocar em primeiro lugar os seus próprios interesses. Não desejamos impor o nosso modo de vida a ninguém, pois preferimos deixá-lo brilhar como um exemplo a seguir por todos. (...) Nas fundações da nossa política está total aliança com a nação, e através da nossa lealdade ao nosso país redescobrimos a lealdade entre cada um de nós. Quando abrimos o nosso coração ao patriotismo, não há espaço para o preconceito. A Bíblia diz: “Como é bom e agradável quando o povo de Deus vive unido.” Devemos dizer o que pensamos abertamente e debater as nossas discordâncias honestamente, mas procurar sempre a solidariedade. Quando o país está unido, o país é imparável. Não há que ter medo – estamos protegidos, e estaremos sempre protegidos. Estaremos protegidos pelos grandes homens e mulheres das nossas Forças Armadas e forças da ordem e, o que é mais importante, estaremos protegidos por Deus. Finalmente, devemos pensar em grande e sonhar em maior ainda. Neste país, entendemos que uma nação só está viva enquanto progride. Não aceitaremos mais políticos que só falam e não fazem nada – sempre a queixar-se mas sem fazer nada contra isso. O tempo da conversa fiada acabou-se Agora chegou a hora da acção. Não deixem que lhes digam que não se pode fazer. Não há desafio que chegue para o coração e vença o espírito nacional. Não falharemos. O nosso país evoluirá e prosperará novamente. Aqui estamos no começo de um novo milénio, prontos para desvendar os mistérios do espaço, libertar a Terra da miséria das doenças e dominar as energias, as indústrias e a tecnologia do futuro. O novo orgulho nacional vai animar-nos, aumentar as nossas perspectivas, sarar as nossas divisões. Está na altura de lembrar aquela velha sabedoria que os nossos soldados nunca esquecem: quer se seja branco ou castanho ou negro, todos vertemos o mesmo sangue vermelho dos patriotas, todos beneficiamos das mesmas gloriosas liberdades, e saudamos a mesma gloriosa bandeira. E quer uma criança nasça nos bairros suburbanos duma grande cidade ou nas planícies ventosas, ambos olham para o mesmo céu nocturno, enchem o coração com os mesmos sonhos e recebem o sopro da vida do mesmo Criador todo poderoso. Assim, todos os cidadãos, em todas as cidades próximas e longínquas, pequenas e grandes, de montanha a montanha e de oceano a oceano, oiçam estas palavras. Nunca mais voltarão a ser ignorados. As vossas vozes, esperanças e sonhos vão definir o nosso destino. E a vossa coragem, bondade e amor hão-de guiar-nos sempre durante a caminhada. Juntos, vamos fazer o país novamente forte. Faremos o país novamente rico. Faremos o país novamente orgulhoso. Faremos o país novamente seguro. E, sim, juntos faremos o país novamente formidável. Muito obrigado, Deus os abençoe e Deus abençoe a nossa nação. Como já deve ter percebido, este discurso não foi dito por Adolf Hitler em 1933. Não, foi o discurso de Donald Trump na tomada de posse, em 20 de Janeiro de 2017. A única coisa que fizemos foi substituir “América” por “país” ou “nação” e eliminar uma frase que se referia especificamente à destruição do terrorismo fundamentalista islâmico. Todos os termos e expressões estão traduzidos à letra. Muito se poderia dizer sobre isto, mas deixamos ao leitor as considerações. José Couto Nogueira - SAPO 24 «http://24.sapo.pt/opiniao/artigos/discurso-de-adolf-hitler-ao-tomar-posse-como-chanceler-da-alemanha»
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Uma fala de grande inteligência do professor Mário Sérgio Cortella, dizendo da diferenciação entre o papel da escola e o papel da família na educação das crianças. Fala-se, portanto, de Educação X Escolarização. Segundo o professor, muitos pais confundem o seu papel na formação dos filhos, transferindo suas responsabilidades à escola.
Existem vários termos para descrever os vários aspetos da sexualidade: assexuado, bissexual, pansexual, etc. Mas já tinha ouvido falar no termo demissexual? A autora Meryl Williams escreveu um artigo para o Washington Post em que descreve este conceito da seguinte forma: “Há uns anos, sentia-me culpada por deixar frustradas as pessoas com as quais me envolvia. Não queria sentir a necessidade de explicar o porquê de não me sentir preparada para uma fase mais íntima… Normalmente coloco o intelecto e o sentido de humor à frente da beleza de alguém. Se um homem não disser nada ofensivo e me fizer rir no primeiro encontro, é provável que marque um segundo. Mesmo assim, sei que os atributos de uma pessoa não garantem necessariamente que haja uma atração física. Tenho de ser paciente e esperar que esta surja”.
Segundo o site demisexuality.org, este conceito tem como definição “um estado em que a pessoa só se sente sexualmente atraída depois de formar uma ligação emocional”. Ou seja, as pessoas demissexuais não se sentem sexualmente atraídas por alguém do mesmo sexo ou do sexo oposto sem primeiro criarem um forte laço emocional. Numa sociedade em que facilmente existe um envolvimento sexual logo nos primeiros encontros, viver neste estado pode ser um desafio, como explica Meryl Williams. Joana Marques Alves - VISÃO «http://sol.sapo.pt/artigo/542378/o-que-e-ser-demissexual-» Já não é visto como um refugo do ensino, a sua imagem tem vindo a mudar. O ensino profissional é uma aposta do Ministério da Educação. Uma alternativa consistente que dá ferramentas aos alunos que querem entrar mais cedo no mercado de trabalho e que também dá acesso ao Ensino Superior. Já não é visto como um refugo do ensino, a sua imagem tem vindo a mudar. O ensino profissional é uma aposta do Ministério da Educação. Uma alternativa consistente que dá ferramentas aos alunos que querem entrar mais cedo no mercado de trabalho e que também dá acesso ao Ensino Superior. O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse-o com todas as letras: o ensino profissional é hoje um dos pilares mais importantes da qualificação dos portugueses. E há planos. “Nós temos um objetivo básico e fundamental: chegar a 2020 com 50% dos nossos alunos a concluir o Ensino Secundário através de vias profissionalizantes”, disse o governante nas comemorações do 10.º aniversário da Ensiguarda – Escola Profissional da Guarda. Nesta visita, o titular da pasta da Educação aproveitou o momento para lembrar que muitos alunos do ensino profissional “dão belíssimas cartas” no ensino superior politécnico e universitário. O professor Diogo Afonso, há quatro anos no ensino profissional, concorda com esta visão. “O ensino profissional tem sido capaz de responder às constantes mudanças e exigências de uma sociedade em constante mutação e um mercado de trabalho cada vez mais instável”, refere ao EDUCARE.PT. “Ao longo dos anos, o ensino profissional tem conquistado um estatuto sólido resultado de todo o esforço e dedicação de todos aqueles que fazem parte integrante deste trabalho”, acrescenta. Depois de dois anos na Escola Secundária Santa Maria Maior, está há dois anos na Escola Profissional Profitecla, no polo do Porto, onde é coordenador do curso Auxiliar de Saúde. O futuro, em seu entender, passa por preparar jovens para a vida profissional, pelo desenvolvimento pessoal e cívico. Há formação específica para os alunos, há trabalho para preparar quem aprende a encarar desafios com esforço e perseverança, há também a possibilidade de adquirir habilitações académicas e competências profissionais que permitem prosseguir estudos no Ensino Superior. E há ainda a ligação das escolas com os parceiros que acolhem os alunos para formação em contexto de trabalho. E tudo é importante. “A imagem do ensino profissional tem vindo a mudar e hoje assume-se como uma alternativa positiva e verdadeira ao sistema regular de ensino, para jovens que procurem mais cedo ferramentas que lhes permitam adquirir competências para, o mais rapidamente possível, poderem integrar o mercado de trabalho cada vez mais competitivo”, sublinha. Para Diogo Afonso, o ensino profissional não pode ser considerado o parente pobre da qualificação dos jovens até porque há cada vez mais exemplos de formação de bons profissionais nessas escolas. “É importante dar continuidade a um projeto consistente, direcionado para os alunos de forma a promover o seu crescimento profissional, pessoal e socialmente responsável”, defende. E o sucesso deste ensino também é feito com alunos motivados, pais compreensivos e que encorajam os filhos, e docentes empenhados. “O professor deixa de ser apenas o transmissor de conhecimentos, para assumir o papel de orientador, motivador, facilitador da aprendizagem, reforçando a autoavaliação dos alunos e a avaliação formativa. Assume-se como um mentor pois tem a possibilidade de do ponto de vista pedagógico, inovar o currículo e direcionar o trabalho de acordo com as necessidades existentes”, refere. “Enorme contributo ao país” Moreira da Silva dá aulas de formação profissional há mais de 25 anos. Neste momento, colabora com a Escola Profissional Val do Rio, em Oeiras. Na sua opinião, a evolução do ensino profissional “tem sido notável” a vários níveis. Pelo reconhecimento das competências dos alunos, pelo esforço que as escolas têm feito na melhoria contínua dos seus serviços, pelo desempenho dos professores. “Os nossos clientes principais são os alunos”, diz ao EDUCARE.PT. “Um sistema sairá sempre valorizado pela quantidade e pela qualidade dos seus utilizadores”, acrescenta. O empenho de todos é importante. “Um sistema de educação só resultará bem, quando reconhecido pelos seus mentores, utilizadores e destinatários. E, hoje em dia, o ensino profissional presta um enorme contributo ao nosso país”. A ideia de que o ensino profissional é um parente pobre do ensino não faz sentido, em seu entender. Esse rótulo desapareceu. As escolas têm melhorado sistemas de ensino e espaços formativos, alargaram parcerias a outros países para partilhar boas práticas que melhoram e renovam serviços. Moreira da Silva substitui parente pobre por “parente maior”. “O foco no desenvolvimento de competências específicas em cada área, ao longo de três anos, possibilita aos alunos o acesso a uma profissão reconhecida. E ao poder aceder ao ensino superior”, refere. “As vantagens são muitas para os que procuram ser bons profissionais. E para os que necessitam de bons profissionais para as suas organizações”. “Outra grande evolução tem sido a comunicação entre as escolas profissionais, em que a ANESPO [Associação Nacional de Escolas Profissionais] tem sido o ‘cimento’ que promove o desenvolvimento do sistema de ensino profissional, com a colaboração e participação de todos”, comenta. O trabalho continua em prol de melhores cursos e de alunos mais bem formados. “A certificação dos sistemas de gestão das escolas, pela norma ISO 9001, bem como a monitorização de indicadores de desempenho, no sistema europeu EQAVET, são a prova real de que muitas escolas se encontram a trabalhar diariamente, na melhoria contínua dos seus serviços. Só podemos melhorar aquilo que conseguimos medir. E muitas escolas já têm alguns anos de experiência na monitorização de indicadores de sucesso da sua atividade principal: o ensino”. O professor deixa uma sugestão. Além da dupla certificação, escolar e profissional, poder-se-ia promover também o acesso a uma tripla certificação. Ou seja, explica, “a certificação de mercado seria a terceira certificação. Tal como temos no exemplo das áreas das TIC, em que existe a regulação de certificação regulada internacionalmente pela associação sem fins lucrativos CompTIA. Exemplos como certificação CISCO, Microsoft, HP, entre outras, seriam certamente um garante de reconhecimento adicional para os nossos alunos, mesmo a nível internacional”. Hugo Sá está no ensino profissional há 10 anos. É professor da área técnica dos cursos de Turismo e de Restauração, variante Mesa e Bar, na Escola Profissional Profitecla, no polo de Braga. Um dos sinais de que este ensino deixou de ser o parente pobre do sistema é a idade média dos alunos que procuram esta via de estudo. Se há uns anos, a idade rondava os 17, 18 anos, agora há jovens que acabam o 9.º ano e ingressam no ensino profissional com 16 anos e como primeira escolha. Hugo Sá destaca alguns fatores que levam ao aumento da procura e que mostram o ensino profissional como, sustenta, “uma forma muito estruturada de alguém procurar um futuro”. “O mais importante é a aposta clara que as escolas fazem na qualidade da formação, no reforço dos quadros”, refere ao EDUCARE.PT. O desempenho de quem ensina, sobretudo nas áreas técnicas, é fundamental nesses estabelecimentos de ensino. Mas há mais fatores. A crise económica também mudou a maneira de pensar de muitas famílias. Antecipar a entrada no mercado de trabalho “de forma estruturada” tornou-se então uma opção viável. “Muitas famílias procuram uma saída profissional digna para os seus filhos”, sublinha. A necessidade de o país ter quadros intermédios também ajuda o ensino profissional a ser olhado com respeito. O que nem sempre aconteceu. Hugo Sá lembra-se desse tempo em que este ensino era visto como o parente pobre do sistema e que estava sobretudo destinado aos alunos que não tinham capacidade para concluir o ensino regular. “Era uma alternativa mais fácil porque, de certa forma, era mais prática”. “Era como um cesto onde tudo vinha parar”, recorda. Ideias que já fazem parte do passado. Sara R. Oliveira - EDUCARE «http://www.educare.pt/noticias/noticia/ver/?id=117942&langid=1» |