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artigos  família

A QUEDA DE ÍCARO

10/8/2016

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já tenho 2 anos
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A essência da criança

Ao momento em que a criança desenvolve uma consciência de si própria e do mundo que a rodeia chama-se categoricamente «nascimento psicológico».
É a partir deste ponto que a criança está mais desperta para as suas capacidades: já anda, pensa com mais articulação, fala e tem sentimentos que desenham o seu mapa do mundo.
Todas elas são marcas fundamentais na vida da criança, descobertas resplandecentes, verdadeiramente luminosas e repletas de brilho.
Com o avançar da idade, no entanto, essas conquistas entram na rotina e existe o risco de caírem na monotonia.
Se os adultos que a rodeiam olharem para estes avanços apenas como simples etapas do desenvolvimento, a criança pode ficar com a noção de que viver é só ter cada vez mais capacidades cognitivas, que lhe permitirão ser mais e melhor do que aquilo que é.
O problema é que esta abordagem aniquila o mistério da vida, que se torna monótona e repetitiva. De parte fica a «essência da criança», a sua alma, o seu espírito, a pérola que existe dentro da ostra. Não se trata exatamente daquilo que a criança é, mas um reconhecimento de que é um ser mágico que transcende relações, em vez de se limitar a ser moldada por elas — um espírito que, por vezes, continua à procura de um horizonte onde possa aparecer um desejo existencial ou um fantasma que sempre o ilude.
Quem trabalha com crianças deve procurar este lado que demanda a magia — é nele que reside um espírito que procura expandir a sua essência.
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Feridas narcísicas

As «feridas narcísicas» são cortes nos sentimentos, necessidades e desejos que a criança ansiou para si própria e em relação ao mundo. É algo que lhe causa sofrimento. Pode afetar a sua auto-imagem a ponto de interferir na capacidade que ela tem de se relacionar com os outros e com ela mesma.
Ao não conseguir sentir em pleno, pode ter dificuldade em reconhecer o amor real que têm por ela — e isso é, nesta idade, tão temível como a morte.
Para aliviar a dor, procura a todo o custo preencher o vazio.
Isto pode acontecer mesmo com uma criança bem vinculada com os pais, que tem com eles uma relação forte e segura e que sabe que é amada.
O corte é entre ela própria e a sua mente, prende-se com a dificuldade em sentir amor por ela mesma quando lhe é negado aquilo que ela desejou.
Torna-se complexo reconhecer que ela própria é amor, ou sentir afeto por aquilo que sente.
Por norma, a criança com acentuadas feridas narcísicas sofre com o vazio de «não ser», de não sentir, e traz no olhar uma melancolia provocada por essa impossibilidade de viver o amor que idealizou. Para compensar os sentimentos desagradáveis que surgem, como ciúme, raiva e deceção, é comum que crie uma fantasia.
Umas procuram ocupar cada segundo do seu tempo e passam a vida a mexer-se.
Há até quem lhes chame hiperativas, mas é um erro: uma coisa é a hiperatividade com causas genéticas e neurofisiológicas; a outra é uma criança que não dá descanso a si própria para não sentir a angústia que as tais feridas narcísicas provocam. Há também crianças que se isolam e se retraem, resguardando-se numa melancolia que acaba espelhada no olhar. Têm uma expressão distante e a atenção presa no horizonte, como se não quisessem dar demasiada importância ao mundo para não sofrerem. Os estados depressivos podem ser congénitos ou ser provocados pelo meio ambiente (ou ambos).
No entanto, essa não é a questão fundamental.
O mais importante é compreender a dor da criança em relação ao
Referido «não sentir».
Tanto para pais como para filhos, é difícil desfazer as idealizações
e resistir à tentação de arranjar compensações para o «não sentir».
O processo, por vezes longo e doloroso, faz sempre com que, no íntimo inconsciente de cada pai e de cada mãe, essas feridas possam ser saradas ou, pelo menos, remediadas.
Abre-se então caminho à recuperação da capacidade de amar o outro de forma mais genuína, de ultrapassar o orgulho exacerbado (uma expressão da raiva narcísica) e de aceitar conviver com a nossa pequenez, ainda que ela seja apenas ilusória.
Estar disposto a fazer um esforço para compensar essas feridas, tentando resgatar o tempo que se perdeu a procurar um ideal que não existe, pode trazer também alguma amargura. Humanizar o narcisismo exacerbado é tentar alinhar a consciência que temos de nós como um todo com a do nós real. Assim, é mais fácil alcançar o coração da criança.
O dilema da interconexão emocional é este: «Preciso de sentir-me em ti para poder sentir-me a mim próprio. Mas não consigo sentir-me se não chegar a ti.» Não há clivagens — há, sim, um sentimento de necessidade do «nós» que transcende a consciência. Quando um elo se quebra nesta ligação, sente-se um vazio e teme-se o risco de sentir o «não ser».

Escrito por Miguel Mealha Estrada (Psicoterapeuta da Infância e Adolescência)
in "um mapa para chegar ao coração da criança"

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