Sintra-se

  • HOME
  • Projetos FAP
    • WORKSHOPS
    • Galeria Fotos
    • Inscrição Formação
  • MAP
    • Parceiros na Escola >
      • Quem Somos >
        • Órgãos Sociais
        • Regulamento interno
        • Estatutos da FAP-Sintra >
          • Leis das Associações de Pais
        • Nossas associadas
      • Realizações Escola
    • Vez e Voz dos pais
    • AECs >
      • Inscrições
      • Legislação
      • Formação
    • Legislação útil
    • FORUM ASSOCIAÇÔES
  • PERGUNTAS Frequentes
  • FAP Associações
    • Realizações
  • Contactos
  • HOME
  • Projetos FAP
    • WORKSHOPS
    • Galeria Fotos
    • Inscrição Formação
  • MAP
    • Parceiros na Escola >
      • Quem Somos >
        • Órgãos Sociais
        • Regulamento interno
        • Estatutos da FAP-Sintra >
          • Leis das Associações de Pais
        • Nossas associadas
      • Realizações Escola
    • Vez e Voz dos pais
    • AECs >
      • Inscrições
      • Legislação
      • Formação
    • Legislação útil
    • FORUM ASSOCIAÇÔES
  • PERGUNTAS Frequentes
  • FAP Associações
    • Realizações
  • Contactos



artigos  família

“Não é só a educação dos filhos que é necessária, mas a dos pais também”

12/12/2016

0 Comments

 
Entrevista com o  filósofo Mario Sergio Cortella concedida à Revista Crescer  onde ele deixou claro que o grande desafio da atualidade é acompanhar as transformações para não ficar para trás. Sim, estamos vivendo um tempo de reviravoltas sem precedentes: na tecnologia, no trabalho, nas relações. Nesse contexto, mudar não é apenas imprescindível, mas inevitável. Principalmente quando se fala em educação.
Imagem
Como essa mudança tão veloz de paradigmas tem afetado a forma como os pais criam os filhos?
“Uma parte das famílias acabou perdendo um pouco a referência dada à velocidade das mudanças e à rarefação do tempo de convivência com as crianças. Isso fez com que muitas acabassem terceirizando o contato com os filhos e delegando à escola aquilo que é originalmente de sua responsabilidade. Só que isso perturba a formação das novas gerações. É claro que criar pessoas dá trabalho e exige esforço. Acontece que, no meio de todas essas mudanças, alguns pais e mães ficam desorientados. Por isso, é necessário que eles encontrem apoio, em livros, revistas, grupos de discussão. Não é só a educação dos filhos que é necessária, mas a dos pais também”.
Ao mesmo tempo que muitas famílias terceirizam os cuidados, há um movimento de mães e pais largando a carreira para se dedicar exclusivamente aos filhos, não?“Claro. Uma das coisas mais importantes na vida é entender que a palavra prioridade não tem “s”. Não tem plural. Se você disser: “tenho duas prioridades” é porque não tem nenhuma. Então, deve estabelecer qual é a sua prioridade. Sua prioridade é o convívio familiar? Então dê força a isso. É a sustentação econômica? Vá fundo. Só que, ao escolher, não sofra. É evidente que ninguém precisa abandonar a carreira em função da família, mas é necessário buscar o equilíbrio – da mesma forma como se faz para andar de bicicleta: só há equilíbrio em movimento. Se você parar, desaba. Tenha em mente que haverá momentos em que a família é o foco. Em outros, a carreira. Mas lembre-se de que a vida é mais como maratona do que como uma corrida de 100 metros rasos: você não sai disparado feito um louco. Tem horas que vai mais rápido, outras em que desacelera. O segredo é ir dosando”.
Você diz que, em um mundo de mudanças, nem tudo o que é antigo é velho. Como saber o que está ultrapassado na criação dos filhos?“No convívio familiar, uma coisa que é antiga, mas não é velha, é o respeito recíproco. Outra é a capacidade de o adulto saber que a criança é “subordinada” a ele, ou seja, que está sob as suas ordens. O pai não pode se tornar refém de alguém que ele orienta e cria. Agora, uma coisa que é velha e que deve ser descartada é o autoritarismo, a agressão física, o modo de ação que acaba produzindo algum tipo de crueldade. Isso é velho e é necessário, sim, mudar. Na relação de convivência em família é preciso modificar aquilo que é arcaico. O que não dá para perder é a honestidade, a afetividade e a gratidão. Tudo isso vem do passado e tem que continuar”.
E como os pais podem construir essa autoridade sem autoritarismo?“O pai e a mãe têm que saber que ele ou ela é a autoridade.  Ao abrir mão disso, há um custo. Quem se subordina a crianças e jovens, e têm sobre eles alguma responsabilidade, está sendo leviano”.
Mas você acha que dá para ser amigo dos filhos?“Claro. O que não pode é ser íntimo no sentido de perder a sua autoridade. Eu tenho amizade com os meus alunos, mas isso não retira a autoridade nem a responsabilidade que eu tenho sobre eles como professor. Há uma frase que precisa ser deixada de lado que diz que ‘o amor aceita tudo’. Isso é uma tolice. O amor inteligente, o amor responsável é capaz de negar o que deve ser negado. A frase certa é: ‘Porque eu te amo é que eu não aceito isso de você’. O amor que tudo aceita é leviano, irresponsável”.
Atualmente, se joga muita responsabilidade na escola. Qual é o limite entre os deveres dos pais e dos professores na educação das crianças?“É uma coisa estranha: a escola fica quatro ou cinco horas com as crianças, em um dia que tem 24 horas, com 30 alunos juntos. É um estabelecimento que deve ensinar a educação para o trabalho, educação para o trânsito, educação sexual, educação física, artística, religiosa, ecológica e ainda português, matemática, história, geografia e língua estrangeira moderna. Supor que uma instituição com essa carga de atividade seja capaz de dar conta daquilo que uma mãe ou um pai é que tem que ensinar a um filho ou dois é não entender direito o que está acontecendo. A função da escola é a escolarização: é o ensino, a formação social, a construção de cidadania, a experiência científica e a responsabilidade social. Mas quem faz a educação é a família. A escolarização é apenas uma parte do educar, não é tudo. Já tem personal trainer, personal stylist, agora querem personal father, personal mother. Não dá, é inaceitável”.
Por outro lado, os pais interferem demais na escola?“Há uma diferença entre interferir e participar. A escola tem que ser aberta à participação. Quando há uma interferência é sinal de que está mal organizado. O que acontece nas escolas particulares, que são minoria e representam apenas 13% do total, é que muita gente não lida mais com a relação família versus escola como parceria. É mais como se fosse um relacionamento regido pelo Código do Consumidor, como um cliente, como se o ensino fosse o mesmo que a aquisição de um carro. Essa relação é estranha e precisa ser rompida”.
A educação de gênero tem gerado repercussão no meio escolar. Como você acha que as escolas devem abordar esse tema?“Uma sociedade que não é capaz de atender à diversidade que a vida coloca é uma sociedade tola. É preciso lembrar que a natureza daquilo que é macho e fêmea está na base biológica, mas o gênero se constrói na convivência social. O macho e a fêmea vêm da biologia. Mas o que define masculino e feminino é aquilo que vai se construindo no dia a dia. Por isso a escola tem que trazer o tema. É claro que não vai incentivar uma discussão que seja precoce para crianças de 8, 9, 10 anos. Mas também não vai fazer com que aquele que é diferente seja entendido como estranho. Aquele que é diferente é apenas diferente, não é estranho. Nessa hora, é tarefa da escola acolher. Se a família não concorda e a escola é privada, mude a criança de escola. Agora, se for uma instituição pública, é um dever constitucional e republicano admitir a diversidade”.

Portal Raízes - Naíma Saleh
«
http://www.portalraizes.com/educar-tambem-os-pais-mario-sergio-cortella/»


0 Comments



Leave a Reply.

    Imagem

    Formação eFamília
    Galeria      eFamilia

    A ler

    Arquivos

    Junho 2017
    Março 2017
    Fevereiro 2017
    Janeiro 2017
    Dezembro 2016
    Novembro 2016
    Outubro 2016
    Setembro 2016
    Agosto 2016
    Junho 2016
    Maio 2016
    Abril 2016
    Março 2016
    Fevereiro 2016
    Janeiro 2016
    Dezembro 2015
    Novembro 2015


    Feed RSS

Imagem

«A educação é um processo social, é desenvolvimento.
Não é a preparação para a vida, é a própria vida»
John Dewey
Parceiros

Imagem
Imagem
        

Federação das Associações de Pais do Concelho de Sintra, 2015
Declaração de UTILIDADE PÚBLICA, despacho 7114/2014 (13.05.2014)