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artigos  família

PRÉ-ADOLESCÊNCIA

2/8/2016

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Sociabilidade, comportamento e espiritualidade ao serviço da expansão do ser na pré-adolescência...
dos 10 aos 11 anos e um pouco além disso

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A ciência mostra-nos cada vez mais que as emoções são como uma bússola que orienta as relações que temos com os outros e com o mundo. São a força motivadora que procura muito mais do que um sentido do bem e do mal. A partir da pré-adolescência, a atenção centra-se cada vez mais nas amizades e na importância que as interações com os pares têm no processo de individualização de cada um. Ao mesmo tempo que se aproximam dos amigos, os adolescentes tendem a sublinhar um distanciamento emocional e um conflito com os pais.
Ao relacionar-se mais com os colegas, o adolescente testa comportamentos e constrói a sua própria abordagem ao mundo. Há enormes diferenças na forma como cada um interage com o grupo de amigos: uns demonstram mais resiliência em relação a pressões, e exibem uma maior ação das regiões cerebrais mais associadas com a perceção e a capacidade de auto-reflexão. Estes têm mais facilidade em tomar decisões do que os mais vulneráveis.

A pré-adolescência e adolescência caraterizam-se por grandes mudanças, emoções exacerbadas e importantes alterações hormonais – leptina e grelina, as que influenciam o crescimento, oxitocina e vasopressina, as que ajudam nas interações sociais, andam numa roda-viva por esta altura. Também circulam algumas hormonas associadas ao stress.

Nesta fase, o confronto com emoções negativas constantes é quase inevitável. A uma sensibilidade aumentada juntam-se o receio de não ser aceite no grupo de amigos e expetativas que nem sempre são fáceis de cumprir. Também é normal que os pré-adolescentes procurem cada vez mais situações que os compensem e que invistam em fantasias e atitudes reais que lhes permitam atingir complexas metas sociais e interpessoais.

As mudanças tornam-nos mais independentes da família e levam-nos a criar importantes laços sociais e até amorosos, mas trazem com elas o risco de desregulação emocional e comportamental. O mundo social do pré-adolescente é bem mais amplo, hierárquico e complexo do que o da criança. Aumentam as relações de amizade mais privadas e até exclusivas, criam-se laços mais íntimos e profundos, investe-se na confiança e aparecem os primeiros namoros. Por norma, os pré-adolescentes e os adolescentes organizam-se me grupos de três a dez elementos que se identificam uns com os outros, moldando assim as suas personalidades. O que são e o que imaginam que vão ser em função disso. Só que essas relações sociais são muito instáveis e esse pormenor reflete-se em casa.
Os pais, surpreendidos, questionam-se: “Mas o que é que se passa? Qual é o problema dele?” Nesta idade, as fantasias internas são extremamente vivas e na mente dos pré-adolescentes assiste-se a uma luta constante entre aquilo que sonham e as regras e responsabilidades do dia-a-dia. Esta batalha pode prolongar-se pela vida inteira.

O sonhador, a que diferentes ramos da psicanálise chamam puer aeternus (a criança eterna) anda em conflito permanente com o sentido de responsabilidade. A psicanalista Marie-Louise von Franz descreve algumas características de quem sofre demasiado com este complexo:
“Puer aeternus significa ‘juventude eterna’ ou ‘criança eterna’, mas também serve para caraterizar traços de comportamento e da vida emocional de certo tipo de adolescentes/jovens (…) comportando-se de maneiras típicas, que eu gostaria de exemplificar da seguinte forma: geralmente, o adolescente/jovem/homem e mulher que que se identificam com o arquétipo de puer aeternus permanecem demasiado tempo na psicologia do adolescente. Isto é, todas as características normais de um jovem dos 11 aos 18 anos são continuadas ao longa da vida, muitas vezes com grande dependência da mãe. (…) Geralmente, existe uma grande dificuldade de adaptação a situações sociais que requerem determinação, foco e responsabilidade. Em alguns casos, há um tipo de individualismo atípico associado ao ser-se algo de especial, sem necessidade de adaptação, pois seria impossível para um génio ter tais requisitos humanos e assim por diante. Além disso, surge uma atitude arrogante para com os outros, muitas vezes devido a complexos de inferioridade e a falsos sentimentos de superioridade. Mais tarde, se acriança eterna se prolongar durante a adolescência, muitas dessas pessoas têm grande dificuldade em encontrar o trabalho certo, porque o que encontram nunca é exatamente o que eles queriam. Existe sempre “uma pedra no sapato”. A mulher nunca é a mulher certa, o marido também não. A namorada é agradável, mas… Há sempre um ‘mas’ que impede o casamento ou qualquer tipo de compromisso.
Tudo isto leva à formação de uma neurose que H.G.Baynes descreve como “vida provisória”, isto é: uma atitude desconectada e um sentimento alienatório de que a mulher ou o homem ainda não são o que le ou ela realmente querem. Há sempre uma fantasia de que, nalgum momento, no futuro, a coisa real vai acontecer. Se essa atitude se prolonga, há uma recusa interna constante ao compromisso com o presente. Acompanhando esta neurose, em maior ou menor escala, existe um complexo de messias, que implica o pensamento secreto de que um dia ele próprio será capaz de salvar o mundo, que a última palavra em matéria de filosofia, religião, política, arte ou algo parecido será encontrada por ele. Isso pode progredir para uma típica megalomania, que conduz a vestígios cognitivos e emocionais de que “a sua hora ainda não chegou”.
A única situação temida por estes homens e mulheres é serem obrigados a submeterem-se a qualquer coisa. Existe um medo terrível de se ser responsável por algo, de entrar completamente dentro do espaço e do tempo presentes, e de ser o humano especifico que cada um é. Há sempre o receio de ser comprometido numa situação à qual pode ser impossível escapar."

Pré-adolescentes e adolescentes podem ser tão excessivamente egoístas e narcisistas como uma criança de 5 anos. Consideram-se o centro do universo e fazem tudo para alcançar gratificação e prazer. Nesta fase, dividem-se entre a curiosidade acerca do sofrimento e a devoção às suas paixões.
Entram nas primeiras relações amorosas de forma apaixonada e põem-lhes fim com mesma intensidade. Por um lado, interessam-se cada vez mais pela vida da comunidade e querem fazer parte desse universo. Por outro lado, precisam de estar sozinhos no seu mundo. Oscilam entre a submissão total a uma figura real ou idealizada e a oposição constante a figuras autoritárias que ameacem a sua vontade de individualização.

É aqui que se instala uma confusão relevante: os adolescentes não estão em permanente revolta contra a autoridade dos pais, mas sim em conflito com a frustração dos instintos, das pulsões das idealizações e sonhos que lhes permitiriam individualizar-se à sua maneira. Não importa quem se enfrenta, seja o pai, o professor ou a polícia. O que interessa é o choque em si.

Os pais necessitam de apostar na capacidade de aceitação e na compreensão dos aspetos da personalidade de uma mente emergente. Mais do que paciência para enfrentar as atitudes contraditórias dos filhos, devem encher-se de coragem para encarar as frustrações e medos que restaram das suas próprias adolescências. Ultrapassando questões do passado, aceitarão que os filhos estão agora mais crescidos e têm uma identidade distinta da sua, ainda que partilhem com eles uma coletividade psicológica inquebrável.

Escrito por Miguel Mealha Estrada (Psicoterapeuta da Infância e Adolescência)

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